É engraçado como às vezes recebemos dúvidas de
concurseiros leitores do blog que tratam da mesma questão, só que de ângulos
completamente opostos. Isso é prova de que são poucos os problemas exclusivos,
aqueles que somente afligem um concurseiro, no geral são problemas mais comuns
do que se pode imaginar, mas que no momento que os enfrenta paracem ser um
fantasma muito particular.
Um concurseiro que está se preparando para um
certame sem previsão de publicação de edital … “Acho que só no segundo
semestre do ano que vem” … e que por isso mesmo selecionou quatro matérias
que certamente serão cobradas e as está estudando desde o início do ano.
“Mas sempre estudar as mesmas matérias está começando a cansar. É sempre a
mesma coisa. Noto que meu rendimento não é mais o mesmo“.
Outro concurseiro está se preparando para outro
certame com previsão de edital para o final desse ano ou começo do ano que vem …
“Não sei quando o edital será publicado, mas o concurso foi autorizado
recentemente e agora é apenas uma questão de tempo … que pode ser pouco“.
Já o problema desse concurseiro é o grande número de matérias que acredita ter
de estudar, uma dezena! “Estou ficando louca com tanta coisa para estudar.
Tenho dificuldade para planejar os estudos. Morro de medo de deixar de fora
alguma matéria importante“.
Temos o primeiro concurseiro vítima da armadilha
da falta de variedade de matérias para estudar e o segundo do excesso. Problemas
diferentes, mas parentes próximos e igualmente problemáticos para quem faz
vítima! Vejamos cada um separadamente.
FALTA DE VARIEDADE - É
interessante como os ocidentais não se dão bem com a falta de variedade em
grande parte dos aspectos de sua vida, diferente dos orientais que se dão melhor
com isso. Comer dia-após-dia a mesma coisa? Rapidamente se enjoa. Vestir a mesma
roupa? Só se for uniforme. Ir aos mesmos lugares para falar as mesmas coisas com
as pessoas de sempre? Só em casos especiais. Por que estudar para concursos
públicos seria diferente? Quanto menos matérias se tem que estudar, mais
criativo será preciso ser a fim de não deixar a monotonia comprometer a
motivação e qualidade dos estudos. Isso acontece porque com o tempo e a
repetição surge uma sensação ruim de “Putz, de novo novamente?!“;
EXCESSO - Sabem aquela história
de que a diferença entre o remédio e o veneno é o tamanho da dose? É exatamente
a mesma coisa nesse caso. O excesso de matérias para estudar é também um grande
problema. O “x” da questão é a dificuldade crescente do planejamento eficiente
de estudos em relação ao número de matérias a serem estudadas. A equação é
simples, quanto mais matérias precisam ser estudadas menos tempo se poderá
dedicar a cada uma, gerando uma sensação de “Estudo, estudo e parece que não
estou estudando o suficiente!“.
Será que haverá solução simples e de fácil
implementação para esses concurseiros e todos os outros que vivenciam os mesmos
problemas? Sim, com toda certeza. Vejamos dois exemplos de solução.
AUMENTAR A VARIEDADE - São
raríssimos os concursos públicos que cobram menos de cinco matérias. Por isso
mesmo sempre é possível determinar uma ou duas matérias que mesmo que não sejam
certeza de estarem listadas no próximo edital, têm pelo menos boa chance de
estarem. O estudo dessas matérias não precisará ser tão intenso e aprofundado
quanto das matérias certas de serem cobradas, sendo antes uma forma de evitar o
problema da falta de variedade;
DIVIDIR PARA CONQUISTAR - Existe
um ditado muito famoso no meio militar que serve como uma luva para o problema
de matérias demais a serem estudadas … “Dividir para conquistar“.
Primeiro divida as matérias que você precisa estudar em quatro grupos:
- Matérias “mais pesadas” 1;
- Matérias “mais pesadas” 2;
- Matérias “mais tranquilas” 1;
- Matérias “mais tranquilas” 2.
Agora basta montar duas duplas contendo cada uma
um grupo de matérias “mais pesadas” e outro de matérias “mais tranquilas”,
revezando o estudo de cada dupla. Com isso você resolve o problema da
dificuldade de incluir o estudo de tudo ao mesmo tempo no planejamento de
estudos.
RESUMO DA ÓPERA - Extremos em
geral não combinam com o estudo para concursos públicos. É preciso saber
encontrar pontos de equilíbrio que permitam a otimização dos estudos. Por isso,
analise com cuidado suas estratégias de estudo, pense-as com cuidado, procure
sempre otimizá-las. Nunca se esqueça de que o concurseiro que estuda de forma
inteligente estudar mais e melhor do que estuda de forma impensada.
Charles Dias
é o Concurseiro Solitário.
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